O famoso clássico carioca foi disputado pela primeira vez no dia 7 de julho de 1912
O Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada”, já dizia o dramaturgo e cronista esportivo Nelson Rodrigues, tentando definir a importância do clássico mais famoso do futebol brasileiro. Não foi bem isso que aconteceu, mas foi quase: antes mesmo de o Clube de Regatas do Flamengo, fundado em 1895, começar a jogar bola, em 1911, a partir da dissidência de jogadores do próprio Flu, essa rivalidade já existia. Era entre os rapazes do remo rubro-negro e os do futebol tricolor, que disputavam a atenção das moças naquele início de século 20.
Das regatas para os gramados foi um pulo. Logo no primeiro Fla-Flu da história, vitória por 3 x 2 de um desfalcado Fluminense sobre oito de seus antigos defensores, graças à brilhante atuação do segundo quadro tricolor, enxertado por Osvaldo Gomes e Calvert. Eles eram os dois únicos remanescentes do timaço campeão de 1911, que, agora, vestia-se de vermelho e preto. De lá para cá, os Fla-Flus foram 379, com 136 vitórias rubro-negras, 119 tricolores e 124 empates. O Flamengo também fez mais gols (557) do que sofreu (508).
De todos esses jogos, os que mais ficaram na memória foram, claro, aqueles que valeram títulos. Como o mais antigo deles, o Fla-Flu da Lagoa, que decidiu o bicampeonato carioca de 1941 em favor do Fluminense. O empate (2 x 2) foi mantido na base dos chutões para as águas da Lagoa Rodrigo de Freitas — que, à época, ficava mais próxima da Gávea, o estádio rubro-negro —, daí o apelido dado àquela partida.
Rubro-negros e tricolores voltariam a se enfrentar em uma decisão somente 22 anos depois, em 1963. Um público recorde mundial em partidas de de clubes até hoje (177 020 pagantes) abarrotou o Maracanã para acompanhar o 0 x 0 que bastou ao Flamengo para ficar com a taça. Em 1972, com uma vitória por 2 x 1 sobre o Flu depois de ambos terem eliminado o Vasco no triangular decisivo, o Flamengo, já com Zico, faturou mais uma.
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Vitória tricolor contra o rubro-negro em final de campeonato, só em 1973, por 4 x 2, quando o Mengão precisaria ter vencido aquela e mais uma partida para ser campeão. A história se repetiu no bicampeonato de 1983/84, época em que a simples menção do nome do carrasco Assis provocava calafrios nos rubro-negros. Afinal, no segundo jogo do triangular decisivo do Carioca de 1983, foi dele o gol no último minuto que deixou o Fluminense à espera de uma vitória do próprio Flamengo sobre o Bangu, que de fato aconteceu. No ano seguinte (1984), o Flu foi bi, novamente vencendo o Flamengo por 1 x 0, outra vez com um gol de Assis nos instantes finais.
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A década de 90 começou com triunfo rubro-negro. Comandado pelo veterano Júnior, o time fez 4 x 2 na decisão do Carioca de 1991. Mas quatro anos depois, na decisão do título de 1995, foi a vez de o Flu quebrar um jejum de dez anos com o histórico gol de barriga de Renato Gaúcho (atribuído, na súmula, a Aílton), que valeu a vitória por 3 x 2 sobre o Flamengo no ano do centenário do rival. A mística do Fla-Flu é mesmo eterna.
Fonte: Placar
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