As ameaças de violência por parte de alguns torcedores à diretoria e ao grupo de jogadores do Palmeiras preocupam não apenas os próprios atletas e o técnico Gilson Kleina, como o departamento de segurança do clube, que teve seu efetivo ampliado em três vezes desde que o hotel em que a equipe se concentrava no Recife foi invadido por um grupo de protestantes, há duas semanas.
Com 33 pontos, o Palmeiras é 18º colocado do Campeonato Brasileiro a quatro rodadas do encerramento da competição. A distância para o Bahia, primeiro time fora da zona de rebaixamento, é de sete pontos, mas poderia ser maior caso Hernán Barcos não tivesse balançado as redes do Botafogo no último domingo, determinando o empate por 2 a 2 na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, interior de São Paulo.
“O gol do Barcos no fim do jogo foi um ânimo para o Palmeiras na competição e também para evitar uma tragédia em Araraquara. O policiamento estava tendo dificuldades para conter o pessoal”, revelou César Sampaio, gerente de futebol do clube, que chegou a temer até mesmo uma emboscada na viagem de volta do Verdão para a capital paulista, mas viu o protesto se refletir em ameaças diretas a Roberto Frizzo e Arnaldo Tirone, atuais vice e presidente da equipe.
“Não adianta sofrer com esse negócio de violência”, resume Frizzo, que participou do lançamento da bola da Campeonato Paulista de 2013, nesta terça-feira, na sede da FPF. Preocupada com as ameaças, a diretoria do Palmeiras, além de triplicar a segurança do elenco, deve reforçar o efetivo na sede social do clube, na Zona Oeste de São Paulo, onde os dirigentes de fato trabalham. “Há preocupação com o clube, que fica mais exposto, porque grande parte da diretoria fica lá. Pedimos uma atenção especial de todos e orientamos o pessoal a não ficar andando sozinho, tanto dirigente quanto jogador”, pontua Faustino Caputo, diretor de sede do Verdão.
Trabalhando com a possibilidade de antecipar o período de concentração e embarcar mais cedo para as sedes dos jogos, a diretoria do Palmeiras mantém contatos frequentes com a Polícia, mobilizada a agir com urgência em caso de chamado. Além disso, há uma cartilha sendo seguida pelos jogadores para que não frequentem locais públicos durante o período da noite, assumindo a rotina ‘de casa para o treino e do treino para casa’.
“A gente vem tendo um reforço na segurança contra os protestos, que têm se intensificado. Nós triplicamos esse efetivo, temos pessoas à paisana, viajamos com quatro seguranças, pedimos à Polícia da cidade para onde vamos, entre outras situações. Tememos pela integridade de todos desde a invasão do hotel no Recife”, encerra César Sampaio, que faz um apelo à torcida na luta contra o rebaixamento: “Se nós gastarmos forças digladiando entre nós, uma coisa Palmeiras x Palmeiras, a reação fica mais difícil. Nossa maior segurança são os três pontos”.
Fonte: Gazeta Esportiva
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