Equipe faz a maioria de seus gols no segundo tempo e vai procurar explorar o bom fôlego de seus jogadores
“Não para, não para, não para, nunca.” O grito da torcida do Corinthians para empurrar o time até o fim dos jogos traduz uma verdade dentro de campo que será um diferencial na decisão da Libertadores com o Boca Juniors: o preparo físico. ‘Voando’ nos 90 minutos, o Timão espera superar os argentinos no fôlego, já que é fácil ver um jogador dando enorme pique com a partida por acabar. E, muitos, para comemorar um gol. Dos 20 na Libertadores, 13 foram na etapa final, oito no último quarto do jogo.
“Os meninos estão bem preparados em tudo. E como correm, é impressionante”, não esconde a satisfação o diretor adjunto Duílio Monteiro Alves.
“A gente não desiste nunca, luta até o final e isso é um diferencial”, afirma o atacante Emerson, um dos ‘incansáveis’ do time. Além de atacar muito, vira e mexe ele está lá atrás dando combate. “Nosso time não é a melhor defesa apenas pelos zagueiros. A marcação começa com os atacantes. Eles ajudam no combate e, ao roubarmos a bola, já estamos perto do gol”, endossa Castán, que vai além: “Ninguém tem mais vontade e disposição do que a gente. Eles (Boca) podem até igualar, mas não nos superam em entrega, correria”.
Na Argentina, por exemplo, Emerson foi o responsável pelo passe para o gol de Romarinho no empate por 1 a 1, já aos 40 da fase final. E deu muito trabalho aos defensores com sua correria. Chegou a irritar alguns, sendo parado com faltas.
Lutar até o fim é uma marca corintiana nessa Libertadores. E muito graças ao preparador físico Fábio Mahseredjian, que chegou em setembro e deixou o time no ponto. “Eles estão bem preparados, realmente. Mas o sucesso é muito por causa do conjunto. Essa equipe corre bem porque está bem armada em todos os quesitos, é equilibrada e isso a faz se desgastar menos”, explica Mahseredjian, que cita o Vasco em 2000 e o Inter de 2010 como equipes que se destacaram no preparo físico. Quem não se lembra do gol de Ralf, de empate com o Táchira, na estreia do Corinthians, aos 49 do segundo tempo? Ou o de Paulinho diante do Vasco, aos 42?
Nesta quarta, no Pacaembu, o time promete dar a vida em campo e buscar o inédito título até o fim. “Vamos para cima, sem nos poupar pensando em prorrogação. Numa final tem de dar o máximo desde o início. E não existe esse negócio de um time cair no segundo tempo, como falaram do Boca”, alerta Mahseredjian.
Muitos argentinos, porém, veem um desgaste no time. Qual o motivo? Enquanto o Corinthians poupou seus titulares em vários jogos e tem média de idade de 28 anos, o Boca, com sete jogadores acima dos 30, vem em fim de temporada desgastante e já deu claros sinais de esgotamento físico. Se na Bombonera Tite lamentou a “perda de velocidade” com a contusão de Jorge Henrique, a recuperação do atacante faz o treinador mais uma vez apostar na velocidade e, consequentemente, no preparo físico, para triunfar.
Fonte: Estadão
Deixe um comentário