BACTÉRIAS NO IOGURTE – Quem nunca ouviu falar dos lactobacilos vivos? Esses micro-organismos nada mais são do que bactérias, e são usados com diferentes finalidades nos alimentos. “Esses micro-organismos utilizados nos processos de produção de alguns produtos alimentícios são úteis e até mesmo benéficos para a saúde”, afirma Ana Carolina Costa, professora do Departamento de Ciências e Tecnologia de Alimentos e pesquisadora do Laboratório de Química de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os lactobacilos melhoram a integridade da parede intestinal e assimilam alguns nutrientes importantes para o organismo, como o cálcio e o ferro.
LÍNGUA NA SALSICHA – Os embutidos merecem um capítulo à parte. Isso porque na grande maioria das vezes vários tipos de carne são misturadas – de diferentes animais e de diferentes partes. Em alguns tipos de salsicha, por exemplo, é comum misturar carne de vaca com carne de porco e de frango. “O que poucas pessoas sabem é que também é permitida a adição de miúdos e vísceras comestíveis de diferentes espécies desses animais, assim como estômago, coração, língua, rins, miolos, fígado, tendões e pele”, diz Ana Carolina Costa, professora e pesquisadora do Laboratório de Química de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) O mesmo acontece com os populares “nuggets” e afins. Algumas embalagens trazem em letras miúdas que o produto é feito à base de carne de aves – portanto, não apenas de frango. Além disso, esses alimentos também contêm miúdos, tendões e peles. Lendo a lista de ingredientes é possível perceber outra curiosidade: esses produtos geralmente contêm uma lista de cerca de 40 ingredientes, e 56% deles são à base de milho. Mas é preciso lembrar que a maioria das indústrias faz isso sob um rigoroso critério de higiene, e são fiscalizadas pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). “O processo de produção de produtos de origem animal é acompanhado e monitorado pelos fiscais do SIF, que supervisiona, audita e inspeciona, e o fabricante é responsável pela qualidade e inocuidade de seu produto”, explica a engenheira de alimentos Ana Cecília Venturini, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
PEIXE NO KANI – O kani-kama, item típico da culinária japonesa, também não fica atrás. Originalmente, o alimento era feito utilizando apenas carne de caranguejo. “Atualmente, a receita difere da original, e é constituída basicamente de carne de peixes, moluscos e crustáceos processados, conhecido como surimi”, explica Ana Carolina Costa, professora e pesquisadora do Laboratório de Química de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Após o processamento para obtenção do surimi, são adicionados outros ingredientes, incluindo extrato de caranguejo, para conferir o sabor típico.
TRANSGÊNICOS NO SALGADINHO – Apesar de toda a polêmica acerca dos alimentos transgênicos, eles já estão na mesa dos brasileiros. O Brasil, aliás, já é o segundo maior produtor de alimentos geneticamente modificados, com 30 milhões de hectares, de acordo com dados do Ministério da Agricultura. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) já aprovou desde 2005, quando a lei de Biossegurança foi aprovada pelo Congresso Nacional, a utilização comercial de cerca de 50 organismos geneticamente modificados. A lista dos produtos transgênicos consumidos pelos brasileiros é bem longa: óleo de soja, manteiga, farinha, molhos, condimentos, misturas para sobremesas, cereais matinais, chocolates, biscoito, salgadinhos, pães, bolos, macarrão etc. As empresas são obrigadas a identificar os alimentos que contenham mais de 1% de matéria-prima transgênica com um “T” preto sobre um triângulo amarelo. No entanto, são poucos os consumidores que conseguem identificar o símbolo como alerta de que o produto contém alimentos transgênicos. Além disso, no Brasil essa rotulagem que identifica os alimentos geneticamente modificados corre o risco de não existir mais. “Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei que prevê a não obrigatoriedade de rotulagem de alimentos que possuem ingredientes transgênicos, independentemente da quantidade”, alerta Ana Cecília Venturini, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
REMÉDIOS NA CARNE – Recentemente foi aprovado pelo Ministério da Agricultura o uso de substâncias “beta-agonistas” em bovinos (os chamados promotores de crescimento), como a ractopamina e o zilpaterol. Essas duas substâncias de engorda para o gado são proibidas na Europa, pois o mercado europeu sustenta que os estudos sobre a segurança de se consumir carnes de animais que receberam essas drogas ainda são inconsistentes.”O governo brasileiro prometeu à União Europeia garantias de que a carne bovina exportada para os 27 países membros do bloco não terá a adição dessas duas substâncias. Mas por aqui a aprovação de uso dessas drogas passou despercebida pelos órgãos de defesa do consumidor”, alerta engenheira de alimentos Ana Cecília Venturini, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
BESOURO NO SORVETE – Pouca gente sabe, mas o corante carmim de cochonilha (ou somente carmin) – usado em inúmeros produtos, como iogurtes, sorvetes e recheios de bolacha – é extraído da fêmea de um inseto (acima e à esquerda, na imagem). Embora desperte nojo em algumas pessoas, os especialistas garantem que o produto é natural e não faz mal à saúde.
AÇÚCAR NA BOLACHA SALGADA – Nem sempre nos damos conta da quantidade de açúcar presente em alimentos salgados e de sal em alimentos doces. Basta conferir o rótulo da próxima vez que for comprar uma bolacha doce ou um chocolate: o sal vai estar lá. E ao comprar um biscoito salgado, pão e até alguns tipos de macarrão, vai ver que tem açúcar na receita. Isso porque tanto o sal como o açúcar ajudam a acentuar o sabor do alimento. Além disso, o açúcar pode deixar a massa mais macia, e o sal ajuda a preservar o alimento. No entanto, é bom sempre ler o rótulo – especialmente diabéticos e hipertensos – para não cair em uma cilada.
Fonte:Uol
Deixe um comentário