O governo sul-coreano afirmou nesta quarta-feira que achou “desinteressante” a rara mensagem de Ano-Novo feita pelo ditador norte-coreano Kim Jong-Un, apesar da aparente abertura em direção a Seul com o intuito de reduzir as tensões. “Não havia propostas inovadoras”, disse o ministro da Unificação, Yu Woo-It, à imprensa.
O discurso de Kim na quarta-feira foi notável por ter sido feito pessoalmente, diferentemente das mensagens divulgadas tradicionalmente pela mídia estatal por seu pai e ex-líder Kim Jong-Il, que morreu em dezembro de 2011. Foi a primeira deste tipo em 19 anos, desde a morte do avô de Kim e fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung.
Em sua declaração, Kim ressaltou a necessidade de desenvolver a economia de seu país e diminuir as tensões entre as duas Coreias, que permanecem tecnicamente em guerra.
“Um ponto importante para acabar com a divisão do país e conseguir a reunificação é eliminar o confronto entre Norte e Sul”, disse Kim. “Os antecedentes nas relações coreanas demonstram que o confronto entre compatriotas só conduz à guerra.”
O ministro Yu disse que as declarações de Kim podem ter sido destinadas às novas lideranças de China, Japão e Coreia do Sul, porém acrescentou que Seul tem boas razões históricas para tratar as aberturas em direção à paz com cautela. Esforços para engajar Pyongyang em “boas intenções” no passado fizeram pouco progresso, explicou.
O presidente eleito sul-coreano Park Geun-Hye, que assumirá o cargo em fevereiro, já sinalizou o desejo de um maior envolvimento com Pyongyang.
Fonte: Folha
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