Um tricampeão mundial contra um clube desconhecido e debutante em final continental. É por essa diferença histórica frente ao Tigre que o São Paulo larga, de antemão, com vantagem de respeito na final da Copa Sul-americana. O favoritismo alardeado, porém, precisa ser provado em campo e começa a ser posto em jogo às 21h50 (de Brasília) desta quarta-feira, em La Bombonera, nos primeiros 90 minutos da decisão.
Mesmo palco da primeira final da Libertadores, o estádio do Boca Juniors foi escolhido porque a casa do Tigre não atende à capacidade mínima de 40 mil lugares exigida pela Conmebol. Em tese, um fator benéfico aos brasileiros, já que não deverá estar lotado como nas decisões do clube xeneize, diferentemente também do que ocorreria se a partida fosse no campo do adversário, bem mais acanhado.
“Não sei se é melhor ou não, mas é um estádio bom de se jogar, com campo bom e tudo que faz parte de uma grande decisão. Não poderia ser diferente. Tinha que ser em um grande estádio mesmo”, avalia o capitão Rogério Ceni, que não concorda com quem já da a equipe tricolor como campeã. Um dos argumentos para a cautela é a forte bola área rival.
“Isso preocupa bastante. Eles têm vários jogadores altos, acima de 1,88m e vão com bastante gente para a área. É natural da força que esse time demonstra”, acrescenta o goleiro, vazado apenas duas vezes em oito jogos até aqui no torneio, ambas como visitante, nas oitavas, contra a LDU de Loja, e na semifinal, diante da Universidad Católica.
Apenas dois jogadores do elenco atual já foram campeões pelo clube: Ceni e Luis Fabiano. O atacante venceu somente o Rio-São Paulo de 2001, enquanto o goleiro coleciona uma série de títulos, inclusive continentais. A responsabilidade é a mesma para todos, porém. Há quatro anos um capitão são-paulino não levanta um troféu, sendo que, nesta temporada, os torcedores dos maiores rivais (Santos, Corinthians e Palmeiras) comemoraram conquistas.
“É uma responsabilidade enorme vestir essa camisa, é muita responsabilidade. O São Paulo vem há muito tempo sem chegar a uma final, sem títulos. É uma responsabilidade do grupo inteiro”, afirma o zagueiro Rhodolfo. No clube desde o início de 2011, ele participou de algumas eliminações em mata-mata, como as da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista deste ano.
A final da Sul-americana é ainda a primeira que o clube disputa depois de seis anos – a última havia sido a Recopa de 2006, em que acabou derrotado pelo Boca. O fim do jejum pode vir em grande estilo. Quarto finalista brasileiro na história do torneio, o time do técnico Ney Franco pode repetir feito do Internacional de 2008 e ser o segundo campeão invicto. Até o momento, foram quatro vitórias e quatro empates.
Sem nenhum desfalque, principalmente por ter poupado os titulares da última rodada do Campeonato Brasileiro, no clássico contra o Corinthians, o São Paulo viajou com força máxima a Buenos Aires. Levou até o meia Cañete, que não está inscrito na competição, mas conhece bem a Bombonera por ter sido revelado pelo Boca.
Penúltimo colocado na Argentina, o Tigre também terá seus principais jogadores nesta quarta-feira. Dentre eles, Echeverría. O zagueiro de 1,92m, autor do gol da classificação no empate por 1 a 1 contra o Millonarios-COL, é um dos mais entusiasmados do elenco. “Para o São Paulo, será outra final, enquanto para a gente é a glória”, destaca o defensor.
Para chegar à final, a equipe brasileira eliminou Bahia, LDU de Loja, Universidad de Chile (campeã da edição passada) e Universidad Católica. Já o quadro argentino passou por Argentinos Juniors, Deportivo Quito, Cerro Porteño e Millonarios.
FICHA TÉCNICA
TIGRE-ARG X SÃO PAULO
Local: La Bombonera, em Buenos Aires (Argentina)
Data: 5 de dezembro de 2012, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Antonio Arias (PAR)
Assistentes: Rodney Aquino (PAR) e Darío Gaona (PAR)
TIGRE: Albil; Paparatto, Echeverría e Donatti; Galmarini, Gastón Díaz, Diego Ferreira e Orban; Botta; Diego Ftacla e Maggiolo
Técnico: Néstor Gorosito
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Toloi, Rhodolfo e Cortez; Wellington, Denilson e Jadson; Lucas, Osvaldo e Luis Fabiano
Técnico: Ney Franco
Fonte: Gazeta Esportiva
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