O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu nesta segunda-feira para o risco da escalada da violência na fronteira entre Síria e Turquia, após a troca de bombardeios que começou na última quarta (3).
O chefe da organização considerou extremamente perigosa as ações na região e o impacto da crise diplomática entre os dois países no Líbano.
Para Ban Ki-moon, o país, que é vizinho dos turcos e dos sírios, passará a receber o maior fluxo de refugiados que fogem dos confrontos entre o regime de Bashar Assad e rebeldes na Síria, iniciados em março de 2011.
Ele também pediu o aumento da ajuda humanitária. “Como estamos nos aproximando do inverno, precisamos que os doadores respondam de forma mais generosa às necessidades das populações na Síria e dos mais de 300 mil refugiados em países vizinhos”.
Devido ao aumento da tensão na região de fronteira, as escolas de Akçakale, cidade turca que faz fronteira com a Síria, fecharam devido aos intensos combates entre o Exército sírio e grupos da oposição no país vizinho.
De acordo com a agência de notícias Anadolu, alguns alunos se queixaram que estão há semanas sem aulas devido à frequente queda de mísseis nos últimos dias, enquanto em meses passados houve rajadas de balas perdidas.
A queda de granadas de obuses lançadas do lado sírio criou um ambiente de guerra em Akçakale, cidade onde cinco pessoas morreram por causa do impacto de um projétil na última quarta (3) em uma casa.
REUNIÃO
Nesta segunda, o gabinete de ministros da Turquia se reúne para debater que medidas tomar nas áreas fronteiriças, enquanto a imprensa local especula sobre a criação de uma “zona colchão” no interior da Síria.
Segundo publica hoje o jornal “Milliyet”, o governo turco estuda a possibilidade de enviar caças F-16 para bombardear posições sírias, no caso de haver novas vítimas turcas.
O canal turco NTV divulgou hoje as declarações do deputado sírio Sharif Shehad, que acusa os grupos rebeldes de disparar em direção à Turquia para “provocar uma guerra entre os países”.
“A Síria tomou medidas para prevenir a violência e o Exército tem ordem de manter-se a mais de dez quilômetros da fronteira”, garantiu Shehad.
Porém, o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, afirmou na sexta (6) que o projétil usado no ataque de quarta era uma arma “usada apenas pelo Exército da Síria”.
No entanto, os grupos rebeldes sírios também conseguiram armamento pesado em ataques a bases do Exército durante os confrontos, em especial na Província de Aleppo, que faz fronteira com a Turquia.
Fonte: Folha
Deixe um comentário