Luis Fabiano venceu o Corinthians por 2 a 1, de virada, na ensolarada tarde deste domingo. O atacante anotou dois gols, um em cada tempo, e foi o grande responsável por tirar o São Paulo de um cenário muito adverso, depois de Emerson abrir o placar logo aos cinco minutos e deixar o time tricolor completamente grogue.
Foi o primeiro Majestoso do camisa 9 desde que ele retornou ao futebol brasileiro, no primeiro semestre do ano passado. Nas três possibilidades anteriores, foi desfalque por estar no departamento médico. Era, portanto, a primeira vez que enfrentava o arquirrival depois de 2004, ocasião em que também saiu vencedor.
O resultado também quebra um tabu. O São Paulo não vencia o Corinthians no Pacaembu havia seis partidas, desde 2005. Agora com 31 pontos, à caça de uma posição no G-4, o time tricolor joga na quinta-feira, diante do Botafogo, no Morumbi, na primeira rodada do segundo turno do Campeonato Brasileiro. A equipe alvinegra, que permanece com 24 pontos, vai a campo um dia antes, quando enfrenta o Fluminense, no Engenhão.
Mesmo não figurando entre os primeiros do principal campeonato brasileiro do esporte bretão no momento, o Corinthians, campeão invicto da Copa Libertadores deste ano – como lembrava mosaico nas cadeiras laranjas do Pacaembu –, atraiu recorde de público. Mais de 34 mil pagantes. Sem pretensões no Nacional, o time tem nos clássicos o grande atrativo até a disputa do Mundial de Clubes, no fim do ano.
Já o Tricolor era o primeiro dentre os grandes paulistas e também aquele com objetivo mais bem definido na competição: foi para o jogo tentando se reaproximar dos líderes para conseguir, ao final do ano, no mínimo classificação para a próxima edição da Libertadores. Três vezes campeã do torneio continental (1992, 1993 e 2005), a equipe do Morumbi disputou só a Copa do Brasil nos dois últimos anos.
O ponto comum entre os rivais era, é claro, querer a vitória. Para isso, ambos apostavam no retorno de seus principais atacantes. O Timão contava com a volta do decisivo Emerson, sentindo-se melhor das dores crônicas no tornozelo esquerdo, após seis partidas. O São Paulo tinha Luis Fabiano, artilheiro da temporada, recuperado de estiramento na coxa esquerda que o afastou por três semanas.
Os dois seriam mesmo personagens do clássico. Emerson, primeiramente. Porque o Corinthians encurralou os visitantes logo no começo do jogo. Aos cinco minutos, o volante Paulinho desarmou saída de jogo de Paulo Assunção, invadiu a grande área e, de frente para o goleiro Rogério Ceni, passou para o camisa 11 bater de perna direita e colocar a equipe da casa em vantagem.
O São Paulo ficou grogue, e o Corinthians tinha tudo para nocauteá-lo. Faltou precisão. Rogério Ceni fez duas defesas rasteiras, em chutes de Paulinho e de Douglas, ambos de fora da área. Pressionada, a retaguarda tricolor não se entendia. Desentendia-se até. Denilson pediu passe de Maicon, não recebeu e reclamou. Os companheiros de meio-campo trocaram ofensas e expuseram nervosismo. Aos 12 minutos, Emerson desperdiçou rebote limpo dentro da área.
Só Luis Fabiano poderia salvar sua equipe. E salvou, com ajuda de Lucas. O meia-atacante disparou pela faixa central do gramado, fintou a marcação e abriu na direita para o camisa 9, que até então estava apagado – o máximo que fazia era se estranhar com a dupla de beques corintianos e reclamar de marcações do assistente. Com arremate rasteiro cruzado no canto direito de Cássio, ele empatou.
“Nos primeiros 15 minutos, não conseguimos sair jogando, aí fica difícil. Nos dias difíceis, é melhor tirar a bola para frente e você marcar com pressão, mas a gente não conseguia. O gol fez com que a gente tivesse ânimo novo e equilibrou o jogo”, avaliou, de forma sensata, o goleiro Rogério Ceni, que não foi mais ameaçado antes do intervalo, ao contrário de Cássio, obrigado a improvisar uma manchete para impedir que pancada de Lucas do bico direito da área colocasse o São Paulo na frente.
Na volta para o segundo tempo, Tite colocou o argentino Martinez no lugar de Douglas, que, gripado, não tinha condição física para atuar em tempo integral. O São Paulo, mesmo sem nenhuma substituição de Ney Franco nos vestiários, mudou mais. Mudou o comportamento apresentado no início da partida. Na medida em que o ritmo corintiano caiu, aumentou a posse de bola tricolor no campo ofensivo.
Não demorou muito para a virada. Passados 16 minutos, Jadson enfiou bela bola para Luis Fabiano por trás da defesa. O atacante arrancou, deu um drible da vaca em Cássio na entrada da área e tocou para a rede. A comemoração foi efusiva. A exemplo da primeira, ele bateu no peito, como se mostrasse sua importância no time. Não por menos: foi seu 22º gol em 27 partidas disputadas na temporada.
O Corinthians tentou o empate até o final. Em vão. A defesa tricolor, que estava completamente perdida no começo do clássico, freou os donos da casa e assegurou a segunda vitória seguida do São Paulo no Brasileiro. Resultado que, no campeonato à parte, só de clássicos, significou o segundo revés consecutivo do time de Tite, derrotado na semana passada também pelo Santos, na Vila Belmiro.
Fonte: Gazeta Esportiva
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