Um tem 20 anos e rendeu ao São Paulo R$ 15 milhões com a venda para o Internacional. O outro, dois anos mais velho, pode chegar ao Morumbi pelo maior custo da história do futebol brasileiro – o recorde atual é de oito milhões de euros (em torno de R$ 23 mi). São alguns dos números de comparação entre os meias Oscar, hoje no Chelsea, e Paulo Henrique Ganso.
Por trás deles, escondem-se outros dados mais importantes. Oscar, que saiu do São Paulo depois de um litígio contratual que se arrastou por anos, é o atual camisa 10 da Seleção Brasileira, tendo tomado o lugar do santista que agora interessa à diretoria tricolor. Ganso, a propósito, ficou fora da mais recente convocação de Mano Menezes, para os amistosos contra África do Sul e China, ambos em território nacional.
“Disse a ele (Ganso) que é preciso tomar decisões em relação a ele mesmo. Essas indefinições estão atrapalhando. Contamos com ele e acreditamos muito nele”, argumentou o treinador do time verde-amarelo, nesta quinta-feira.
Nesta semana, foi a vez de o São Paulo formalizar proposta pelo jogador. Mesmo sem confirmar os valores da oferta, a direção são-paulina admite que pode ser a maior da história – que, até agora, é a ida de André do Dínamo de Kiev para o Atlético-MG. “Se for o que estão dizendo, vai ser”, comenta o vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, confianteno potencial do jogador, cujos direitos econômicos estão divididos entre Santos (45%) e o grupo DIS (55%).
Durante lançamento de um documentário sobre o tricampeonato mundial de 2005, o dirigente foi abordado por um torcedor, que o questionou se o investimento valeria a pena. “Por que não?”, respondeu Jesus Lopes, tentando convencer o são-paulino de que o histórico de lesões de Ganso não vai se repetir e que ele tem voltado a atuar bem nesta temporada.
A presença dele em campo em 2012 não tem sido tão assídua, no entanto. Ao todo, disputou 36 jogos (sendo quatro pela Seleção), com oito gols marcados para o Santos. O ex-são-paulino Oscar, revendido pelo Inter ao Chelsea por cerca de R$ 79 milhões (pequena porcentagem desse montante foi para o Morumbi), fez duas partidas menos e sete gols – uma diferença a seu favor é que ficou um mês e meio sem jogar em função do imbróglio judicial com o São Paulo.
O embate era antigo. Aos 18 anos, o meia entrou na Justiça alegando ter sido coagido pelo clube paulista a assinar contrato de três temporadas quando tinha 16, o que a Fifa proíbe. Em junho de 2010, obteve liminar que o tornava dono de seus direitos e acertou com o Inter.
Várias ações se seguiram, até que uma liminar tirou o atleta do Beira-Rio, em fevereiro deste ano. Após 47 dias parado, conseguiu habeas corpus. Mais tarde, reconheceu a validade do vínculo anterior com o São Paulo e pediu rescisão. Os R$ 15 milhões pagos pelo Inter correspondiam à multa contratual acrescida de juros e de indenização por perdas e danos.
Fonte: Gazeta Esportiva
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