Meia sofreu séria contusão no joelho, o que o afastou dos campos por sete meses
Não só de más notícias vive Mano Menezes à frente da seleção brasileira. Em julho, o técnico teve motivos de sobra para fazer espocar o champanhe: depois de sete meses no estaleiro, Lucas Leiva está, enfim, recuperado da lesão nos ligamentos do joelho esquerdo.
O volante, que participou dos últimos compromissos do Liverpool na pré-temporada europeia, marcando, inclusive, um gol ante o Bayer Leverkusen, era uma espécie de fiel escudeiro do técnico do time nacional até a sua retirada, consumada em dezembro de 2011. Coincidentemente, depois que Lucas saiu de cena, Mano penou para achar um primeiro volante minimamente confiável. Tentou Ralf e Sandro, mas não se convenceu.
Agora, Lucas, que carregou o piano para o técnico também no Grêmio, está na pista. Em entrevista à PLACAR, o jogador conta como está sendo esse período de readaptação ao campo e a expectativa para o início do Inglês e da Liga Europa. Lucas fala também sobre o retorno à seleção brasileira, previsto pelo próprio para setembro e a campanha do Grêmio no Brasileiro.
Você teve uma contusão séria que acabou freando a sua boa sequência na seleção e no Liverpool. Como tem sido a sua recuperação após o trauma?
O joelho tem respondido bem. Felizmente me recuperei antes mesmo do previsto, já que os médicos diziam que eu voltaria em nove meses. A pré-temporada com o Liverpool me deu mais estabilidade e segurança para poder começar o Inglês com tudo. Estou certo de que será uma temporada boa, porque meu joelho está recuperado. Não estou preocupado.
Pretende voltar em quanto tempo à seleção?
Já estou à disposição, pronto para jogar. Tem amistoso em setembro (contra a África do Sul, no Morumbi) e eu quero voltar o quanto antes. Tenho feito treinos junto aos demais jogadores, o que mostra que eu estou recuperado. Depende do que o treinador pensa. Participei desses dois anos de trabalho (na seleção). Não vejo motivos para não voltar a sonhar (com a convocação).
Você, Ramires, Sandro e, agora, Oscar. Contratar meio-campista brasileiro tem sido receita de sucesso na Premier League?
Tudo começou com o Juninho (Paulista), que abriu as portas, e o Gilberto Silva, que reforçou. São jogadores com o perfil do futebol inglês. Tem a mentalidade que o inglês pede: aliar a habilidade do brasileiro com a disposição tática. Eu mesmo não estava preparado quando cheguei ao Liverpool. Precisei mudar algumas coisas no meu estilo. No Grêmio, eu me preocupava menos em sair (para o jogo), porque sabia que ia ter cobertura. Aqui é diferente.
Qual é o tamanho da frustração em não ter participado do processo de formação do time olímpico?
Queria ter tido a oportunidade de disputar uma vaga, mesmo sendo mais difícil, pois estaria entre os jogadores acima dos 23 anos. Seria especial por jogar na Inglaterra, minha segunda casa. Por outro lado, acho que uma convocação poderia comprometer a minha recuperação. Quero trabalhar para retomar o meu melhor nível.
O que faltou à seleção para abocanhar o ouro inédito?
Foi uma pena. O México manteve a base que jogou a Copa América (da Argentina, em 2011), e isso faz a diferença. Sofremos um gol no início e ficamos expostos. Mas temos totais condições de dar a volta por cima e chegar bem na Copa-2014. A seleção teve um padrão tático bom, só teve dificuldades mesmo contra Honduras (na fase de quartas de final). Continuo acreditando na força desse grupo.
O Liverpool amarga uma longa fila de títulos da Premier League. Já são 22 anos sem uma taça do tipo. O que os Reds devem fazer para reviver as glórias de outrora?
O clube passou por muitos problemas nos últimos anos. Primeiro, com a troca dos donos. Depois, tivemos muitas trocas de treinador. Estamos num momento de estabilidade. O novo treinador (Brendan Rodgers) é novo, mas tem experiência. Na verdade, são sete times com chances título e de vagas na Liga dos Campeões. É difícil falar de título. Mas estamos no bolo.
A aparição de times endinheirados, como o Manchester City, definharam com as chances do Liverpool nos últimos anos. Dá para lutar de igual para igual contra toda essa pujança financeira?
Investimento não significa sucesso. Não se monta uma boa equipe do dia para a noite. Investimos muito na temporada passada e o resultado não foi bom.
O Liverpool abriu mão de contratações bombásticas nesta janela de transferências. É justo dizer, então, que a manutenção do Suárez foi a maior ‘aquisição’ dos Reds para esta temporada?
A renovação do Luis (Suárez) foi muito boa para todos nós. Ele acreditou que podemos ter chances de brigar por coisas maiores. É um cara que gosta do Liverpool.
Manchester United e City parecem ter subestimado a importância da Liga Europa e acabaram caindo cedo na última temporada. Como o Liverpool enxerga a sua participação neste torneio?
Não acho que subestimaram. Eles jogaram com seus times completos e perderam. Não desmereço a Liga Europa. O Liverpool vai entrar com o pensamento de vencê-la. O fato de os jogos serem de quinta, o que deixa um intervalo menor para os jogos da Premier League, que é a nossa prioridade, pode atrapalhar um pouco, mas não servirá de desculpa. Temos que focar também na Liga Europa. Jogar um torneio europeu é sempre importante. Nossa realidade atual não é a Liga dos Campeões.
Tem acompanhado o Grêmio no Brasileiro?
Menos do que gostaria, mas estou vendo o que posso. Torço para que o Grêmio siga nesse bom momento. O Atlético-MG está muito bem, mas uma hora essa sequência vai acabar; uma hora eles perdem.
O que acha do Fernando, tido como o seu ‘sucessor’ no Grêmio e que é cotado na Inter de Milão?
Conheço bem o Fernando. Ele cresceu muito, se consolidou como titular. Essas especulações devem ser verdadeiras, porque ele é bom mesmo. Acho que (o Grêmio) deve segurá-lo.
Fonte: Placar
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