Ex-jogador do flamengo e sua ex-mulher já chegaram ao fórum de Contagem, onde jornalistas e manifestantes aguardam o início do julgamento
Após três meses, o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, acusado de planejar a morte de Eliza Samudio , volta ao banco dos réus nesta segunda-feira (4), em Contagem, na Grande Belo Horizonte. Ele e sua ex-mulher Dayanne Souza chegaram, por volta das 8 horas, ao Fórum de Contagem, onde manifestantes e jornalistas de diversas partes do País acompanham o caso. A mãe de Eliza afirmou na entrada do local estar “muito ansiosa” com o julgamento.
Bruno responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, enquanto Dayanne é acusada pelo sequestro e cárcere de Bruninho, filho do jogador com Eliza.
Antes de dar início ao julgamento nesta segunda, a juíza Marixa Fabiane Lopes deve analisar os pedidos de advogados entre recursos e liminares e, logo depois, realizará o sorteio dos jurados. O corpo de jurados será selecionado entre 25 moradores de Contagem e sete irão compor o conselho de sentenças.
Há rumores de que, devido à reabertura da investigação pela Polícia Civil do assassinato de Eliza Samúdio, os advogados podem tentar adiar o júri. Entretanto, ao iG , a defesa do goleiro se disse preparada para o início do julgamento e não planeja um novo desmembramento. Caso seja condenado, o goleiro pode pegar até 41 anos de prisão.
Na primeira fase do julgamento, que ocorreu em Contagem em novembro do ano passado , terminou com as condenações de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro , ex-namorada do goleiro Bruno. Macarrão foi condenado a 15 anos de prisão por homicídio, sequestro e cárcere privado, enquanto Fernanda, acusada de sequestro e cárcere de Eliza, foi condenada pelos dois crimes e teve pena de cinco anos de prisão – pena da qual recorre em liberdade.
Testemunha-chave
A pedido da juíza, Jorge Luis Rosa, primo do goleiro Bruno, será ouvido durante o júri. O Ministério Público e a defesa arrolaram Rosa após sua contraditória entrevista ao Fantástico (TV Globo). “Queremos ouvir a 9ª versão do Jorge”, disse ao iG Tiago Lenoir, um dos três defensores do réu. Ele criticou a postura do jovem que “começou [no caso] com um depoimento de uma página e meia”.
Para a assistente de acusação Maria Lúcia Borges, atual defensora do filho de Bruno e Eliza Samudio, a entrevista de Rosa teria sido “uma manobra” dos advogados do goleiro, que tentam “desviar o foco e sustentar que Macarrão (condenado em novembro) seria o responsável por tudo”. “Eles deram um tiro no pé. Que força tem o depoimento de um menino que mudou sua versão inúmeras vezes?”, disse Maria Lúcia.
Lenoir, no entanto, rebateu as acusações de uma suposta estratégia. “Ficamos surpresos com a entrevista, não planejamos nada. Além disso, se a gente quisesse usá-lo como uma reviravolta do caso, ele estaria mais preparado”. Para o advogado, Rosa foi “muito inocente e ficou vulnerável”. Porém, mesmo com algumas contradições, como se Bruno sabia ou não que Eliza seria morta, Lenoir acredita que essa foi “a versão mais crível” do caso.
Fonte: Ultimo Segundo
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