OCDE divulgou boletim em que analisa interferência de estudo na infância em habilidades educacionais das pessoas com 15 anos
Análise dos resultados do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa) mostram forte associação entre cursar educação infantil e desenvolver as habilidades desejáveis de leitura aos 15 anos. Fortalecida a partir da década de 70 como política social de cuidado com as crianças para que as mães trabalhassem, a etapa tem mostrado sucesso também como política educacional.
A Organização para Cooperação dos Países Desenvolvidos (OCDE), que aplica o Pisa, divulgou em boletim o porcentual de atendimento a crianças com menos de 5 anos nos países associados e parceiros. A média de atendimento é de 81%. No Brasil, apenas 55% das crianças abaixo dos cinco anos vão para escola. Veja 20 países destacados pelo iG :
Atendimento na educação infantil
Em cada ponta do gráfico há tanto países com ótimos resultados no Pisa como medianos. Se na ponta com melhor atendimento estão potências como França, Reino Unido e Japão, também figuram México e Espanha, que foram apenas 48º e 33º colocados no ranking de leitura do Pisa em que há 65 países e o Brasil ficou em 53º .
De outro lado, com atendimento ainda abaixo do Brasil, estão Canadá e Finlândia, 6º e 3º colocados na mesma lista. Esses países não têm grande atendimento infantil porque incentivam que as mães permaneçam em casa com seus filhos pelo máximo de tempo possível. Para cada filho nascido, a licença maternidade é de um ano e meio com possibilidade de prorrogação conforme o caso.
Índices de qualidade
Segundo o boletim, a ligação entre participação na educação infantil e resultados dos adolescentes é maior em países com “certos índices de qualidade”. Como não há prova para crianças, o principal parâmetro analisado foi o número de professores por aluno e formação do professor.
Em média, os países da OCDE têm turmas de educação infantil com 14 alunos por professor. A proporção chega a ser de cinco crianças para cada professor na Suécia. No Brasil, contadas as redes públicas e privadas, a média é de 18 alunos por professor. Assistentes sem formação de pedagogo não são contados.
Em seguida, a pesquisa demonstra que ambientes estimulantes e a qualificação do professor também fazem a diferença. “A formação do educador é um forte fator. É importante notar, no entanto, que não basta a graduação em si, mas o quão especialista e experiente ele é em lidar com crianças nesta faixa etária”, diz o boletim. “Também importam as condições dos profissionais, já que eles precisam criar um ambiente emocional positivo para atender e interagir com as crianças.”
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