Ex-seminarista foi ouvido no 4º dia de júri. Após responder às perguntas do juiz e primeiros questionamentos da acusação, Gil Rugai decidiu, aconselhado pela defesa, ficar em silêncio
O réu Gil Rugai, acusado de matar pai e madrasta em 2004 , é interrogado desde as 15h50 desta quinta-feira, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Ao ser questionado pelo juiz Adilson Paukoski, o réu negou a autoria do crime. ‘Não fui eu. Agora quem foi eu não sei’, disse.
O réu ainda declarou que mantinha um bom relacionamento com o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino. Segundo Gil, “havia respeito mútuo entre ele a madrasta”.
Gil Rugai também negou já possuiu uma arma de verdade e disse as únicas munições reais que teve foram três cápsulas de fuzis da 2 ªGuerra Mundial, que comprou em uma loja de antiguidades.
O réu respondeu às perguntas feitas pelo juiz por aproximadamente uma hora e meia, quando começou a ser interrogado pela acusação. Sempre calmo e sem alterar a voz, Gil Rugai respondeu aos questionamentos sem entrar entrar em detalhes e dar opiniões sobre as provas contra ele.
Mas após o promotor fazer afirmações do processo e questionar a opinião do réu, um dos advogados de defesa aconselhou Gil a não se posicionar mais sobre essa afirmações. “A partir de agora, você está aconselhado a não responder mais às afirmações do promotor, apenas às perguntas”, disse o advogado.
O pedido do advogado iniciou uma pequena discussão entre a defesa e acusações, até o juiz teve interveio. Então a defesa pediu que Gil Rugai não respondesse a mais nenhuma pergunta do promotor. Gil Rugai atendeu a recomendação e afirmou que não responderia a mais às questões. Então o juiz interrompeu a sessão, que após cerca de 30 minutos, foi retomada.
Como decidiu não responder às perguntas da acusação, o juiz decidiu que o réu começaria a responder às questões feitas pela defesa.
Durante a apresentação da defesa, os advogados tentaram desmontar o testemunho do instrutor de voo, Alberto Bazaia Neto, de 29 anos, que disse no dia 23 de maio de 2004, uma terça-feira, o pai teria expulsado o filho de casa e da empresa durante um jantar, após Gil ter admitido um descalque.
A defesa pegou extratos telefônicos do dia 23 em que Gil Rugai teria trocado ligações com o pai, cada um de sua empresa, em determinados horários que desmentiriam as acusação da testemunha. Segundo a defesa, essas provas já existiam no processo desde o primeiro dia, mas não foram periciadas pela polícia.
Neste quarto dia de júri, além do depoimento do ex-sócio de Gil , outras duas testemunhas convocadas pelo juízo foram ouvidas. Em seu depoimento, Rudi Otto confirmou a versão dada à polícia dias após o crime. Segundo ele, Rugai tinha uma “mala de fuga”.
Na mala, havia o revólver, uma estrela ninja, duas facas, um canivete, selos que lhe pareceram LSD e notas de dólares e reais. “Não foi confortável saber que ele tinha uma arma”. Otto contou ainda que desconfiou de Rugai logo que soube do crime. Ele teria corrido para o escritório procurar a pistola, mas não a encontrou.
Fonte: Ultimo Segundo
Deixe um comentário