O atacante Hernán Barcos, um dos únicos poupados pela torcida alviverde após o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro, é o centro de uma polêmica entre Palmeiras e Liga Deportiva Universitária (LDU). Diante do atraso no pagamento das parcelas pelos direitos econômicos do jogador, o clube equatoriano ameaça acionar a Fifa e tentar retirá-lo do Palestra Itália.
O Palmeiras se comprometeu a desembolsar aproximadamente US$ 4 milhões (cerca de R$ 7 milhões na época) por 70% dos direitoseconômicos de Barcos em janeiro de 2012 – os 30% restantes permanecem em poder da LDU. Pelo acordo entre os dois clubes, o Verdão realizaria o pagamento em parcelas, mas a última prestação, de US$ 750 mil (aproximadamente R$ 1,5 milhão), está atrasada.
Segundo Esteban Paz, responsável por gerir o futebol da LDU, o Palmeiras, então presidido por Arnaldo Tirone, não conseguiu honrar seus compromissos. Irritado, o dirigente do time equatoriano reclama da falta de resposta dos brasileiros e se diz desrespeitado.
“O Palmeiras sempre atrasou os pagamentos de cinco a dez dias, mas a última parcela já tem mais de um mês de atraso, o que é lamentável. Enviamos várias notificações e não tiveram nem sequer a delicadeza de responder. Isso nos incomoda muito. Entendemos as dificuldades financeiras que possam existir, mas a falta de respeito é inaceitável”.
O Palmeiras reconhece a dívida de US$ 750 mil, mas alega que a última parcela venceu apenas em 20 de janeiro, dois dias antes da posse de Paulo Nobre como presidente. O clube ainda se disse ciente da obrigação de pagar multa e prometeu saldar o compromisso.
Do Equador, Paz ameaça tomar providências. “O Barcos está jogando, marcando gols e o Palmeiras não é capaz nem sequer de nos responder, muito menos de pagar o que deve. Por isso, nossos advogados já estão dialogando com a Fifa e com a CBF, porque me parece que é uma falta de respeito”, reclamou.
A reportagem questionou Paulo Nobre, sucessor de Arnaldo Tirone na presidência do Palmeiras, sobre a dívida com a LDU, mas o mandatário disse desconhecer o assunto. Segundo o dirigente equatoriano, o próprio Barcos chegou a interceder pelo pagamento do débito: “responderam que não tinham dinheiro”.
Artilheiro do Palmeiras em 2012 com 28 gols, o atacante renovou seu contrato após uma arrastada negociação até o final de 2016. Receoso, ele teme que o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro prejudique suas pretensões de defender a seleção argentina. David Barcos, irmão e agente do atleta, não descarta uma eventual saída na metade do ano.
Com 30% dos direitos econômicos de Barcos, de acordo com Esteban Paz, a LDU tem a prerrogativa de apresentar uma proposta própria ou de outro clube pelo jogador e, caso o Palmeiras não iguale a pedida, ele teria que sair. “Em junho, vamos apresentar uma oferta”, avisou o diretor.
Fonte: Gazeta Esportiva
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