Segundo um dos líderes sem-terra, ação de invadir o Instituto Lula foi decidida pelos próprios assentados após um reunião no Incra de São Paulo
Albuquerque afirmou que a decisão aconteceu após uma reunião com dirigentes do Incra de São Paulo, onde parte do grupo está instalada desde o dia 15. Nesta reunião, um representante do órgão teria dito aos sem-terra que o novo mandado de reintegração de posse do assentamento onde moram inviabilizaria qualquer decreto presidencial tornando a área de interesse social.
Com essa informação, os invasores acharam que a última alternativa para evitar a reintegração seria a ocupação do Instituto Lula, uma vez que a criação do assentamento pelo Incra teria ocorrido durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Isso é uma atitude de desespero, não é uma ação política. Viemos a um companheiro (Lula) pedir ajuda”, contou o sem-terra.
Segundo o coordenador da ocupação, a área ocupada há sete anos entre os municípios de Americana e Cosmópolis tem 75 famílias, sendo que 15 permaneceram no local. O resto do grupo se dividiu entre a ocupação do prédio do Incra em São Paulo e a invasão nesta quarta-feira do Instituto Lula. De acordo com ele, as três pessoas que estão acorrentadas em greve de fome em frente ao escritório da presidência da República em São Paulo não fazem parte do movimento. “Foi um ato de solidariedade. É um gesto muito bonito”, disse.
O grupo continua na sede do Instituto Lula aguardando alguma posição oficial do governo federal em favor da desapropriação da área em litígio judicial. Entre os assentados que estão no Instituto Lula há militantes do PSOL, estudantes da USP e sindicalistas apoiando a ação. “Tem até militantes do PT”, afirmou Albuquerque. Ele negou que o objetivo da ocupação tenha sido atacar politicamente o ex-presidente. “Estamos pedindo a solidariedade do Lula.”
Fonte: Ultimo Segundo
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