Começa às 10h desta terça-feira, no fórum da Barra Funda (zona oeste de São Paulo), a quarta de audiência de instrução que deverá decidir se Elize Araújo Kitano Matsunaga, 30, vai ou não a júri popular pelo assassinato de seu marido, Marcos Matsunaga, em maio deste ano.
Elize deverá ser interrogada sobre a morte de Marcos. A previsão é que Elize, ré confessa, confirme o depoimento que deu à polícia, afirmando que matou e esquartejou o marido depois de ter sido agredida ao questioná-lo sobre uma traição.
Na audiência de hoje também deverá prestar depoimento uma garota de programa conhecida como Natália. Ela teria sido o estopim da briga entre o casal.
A babá Mauriceia José Gonçalves dos Santos também vai ser ouvida.
Desde a primeira audiência, em outubro, o juiz Adilson Paukoski Simoni, ouviu os depoimentos do delegado Mauro Gome Dias, que concluiu o inquérito do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa); Mauro Matsunaga, irmão de Marcos; Willian Coelho de Oliveira, detive contratado por Elize para filmar traição do marido; Horácio Rubem D’Abramo, amigos de Marcos; Amonir Hercilia dos Santos, babá da filha do casal; Valter Sergio de Abreu, delegado; Cecília Yone Nishioka, prima da vítima; e dois peritos, Jorge Pereira de Oliveira e Ricardo Salada.
Após as últimas oitivas de hoje, o Ministério Público e a defesa terão 15 dias para apresentarem suas alegações finais. Depois desse prazo, o juiz recebe os autos e dá a sentença.
Entretanto, como o fórum ficará em recesso entre os dias 20 de dezembro e 7 de janeiro, a acusação e a defesa terão até o dia 16 de janeiro para concluírem suas alegações e o juiz deve decidir se Elize vai a júri popular somente no início de 2013.
CRIME
O crime ocorreu em 19 de maio, no apartamento onde o casal vivia, na Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), e os pedaços do corpo de Marcos foram jogados em locais distintos de Cotia (Grande São Paulo).
Segundo a defesa de Elize, ela matou Marcos após uma discussão na qual foi agredida por ele e também porque temia ficar sem a guarda da filha, em uma eventual separação do casal. A briga entre o casal começou porque Elize confrontou Marcos com a descoberta de uma traição por parte dele.
Para a Promotoria, Elize matou e esquartejou o marido de maneira premeditada para se vingar porque era traída e também para ficar com R$ 600 mil de um seguro de vida da vítima.
Ela está presa desde o dia 4 de junho no Complexo Penitenciário de Tremembé (a 138 km de São Paulo). Ela é acusada de homicídio doloso triplamente qualificado (que serve para aumentar a pena), motivo torpe (vingança), recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.
Em agosto, a Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa. A liminar do pedido de liberdade já tinha sido negada em junho.
Fonte: Folha
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