As delegações palestina e israelense, que nunca se encontram e negociaram apenas através de mediadores egípcios.
Uma delegação israelense deve chegar nesta segunda-feira ao Cairo para negociações indiretas com o movimento palestino Hamas sobre o bloqueio de Gaza, indicou o número 2 do grupo, que alertou para qualquer atraso em suspender o cerco.
“Uma delegação do outro lado chegará ao Cairo hoje”, declarou à imprensa Moussa Abu Marzuk na capital egípcia.
Segundo o acordo de trégua que encerrou as hostilidades entre Israel e os grupos armados em Gaza no dia 21 de novembro, cada parte deve respeitar um cessar-fogo e 24 horas depois devem ser iniciadas discussões abertas sobre “medidas que permitam abrir os pontos de passagem com Gaza para facilitar a circulação de pessoas e bens”.
A Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, está sujeita a um bloqueio israelense há vários anos.
“No acordo preliminar, Israel concordou em expandir a área (autorizada aos pescadores palestinos ao longo da costa de Gaza) de 3 a 6 milhas náuticas, que começou ontem”, indicou o número dois do Hamas.
“Isso é inaceitável”, disse, observando que seu movimento exige 12 milhas náuticas e que a questão deve ser discutida ainda nesta segunda-feira.
As delegações palestina e israelense, que nunca se encontram e negociaram apenas através de mediadores egípcios, também vão discutir como conectar economicamente Gaza à Cisjordânia.
Com base no acordo de trégua, Israel não deve “impor mais restrições à circulação de pessoas e bens” nos pontos de passagem de Gaza, o que “significa que o cerco está quebrado”, considerou Abu Marzuk.
O Hamas havia inicialmente pedido a Israel uma data para a suspensão do bloqueio, de acordo com líderes do movimento, mas o documento final não menciona um calendário.
Se as negociações fracassarem, o Hamas poderá agir, afirmou Abu Marzuk. “A ocupação e o cerco são atos de agressão. Estão levando muito tempo, então o céu está aberto”, disse ele, ressaltando que “se o inimigo respeitar o cessar-fogo, nós respeitaremos”.
Ele reiterou que o fim das confrontos, que deixaram 166 palestinos e seis israelenses mortos de 14 a 21 de novembro, foi uma vitória para o Hamas, que continuará a se armar, disse.
Pela primeira vez durante este conflito, os militantes do Hamas atingiram Jerusalém e Tel-Aviv com foguetes.
O Hamas declarou que os foguetes foram fabricados localmente, mas Israel acredita que eles tenham chegado ao território palestino através dos túneis que ligam Gaza ao Egito e insistiu que o contrabando deve acabar.
“Em nenhum momento, isso fez parte do acordo para um cessar-fogo. Eles (os israelenses) sugeriram isso na imprensa, mas não durante as negociações”, afirmou.
Fonte: ZeroHora
Deixe um comentário