Dados parciais do TSE mostram que construtoras e setor imobiliário doaram ao menos R$ 7,6 mi para as campanhas do PT de Fernando Haddad e do PSDB de José Serra em SP
Construtoras e empresas do setor imobiliário doaram pelo menos R$ 7,6 milhões em São Paulo aos comitês de campanha do PT e do PSDB, partidos que disputaram o 2.º turno na eleição para a Prefeitura com Fernando Haddad e José Serra, respectivamente. O valor representa 62% das doações depositadas diretamente nas contas abertas duas legendas na capital paulista.
Os petistas receberam R$ 4,6 milhões do setor de construção civil e do mercado imobiliário, o que representa 75% das doações feitas aos comitês financeiros da legenda. Já os tucanos obtiveram dessas empresas R$ 3 milhões – o equivalente a 49% dos depósitos feitos em suas contas.
Construtoras e empresas do mercado imobiliário fizeram nove das dez maiores doações recebidas diretamente pelo comitê que financiou parte da campanha de Haddad, prefeito eleito, e das candidaturas a vereador do PT. No caso de Serra e de seus aliados, o setor representou sete dos dez maiores repasses.
Parcial. Os números são apenas uma pequena parcela das doações recebidas pelos candidatos a prefeito e vereador nas eleições deste ano. Mais de 80% dos repasses aos comitês financeiros não podem ser rastreados, pois foram feitos de maneira indireta por diretórios nacionais, estaduais e municipais.
Os dados sobre doações aos comitês financeiros do PT e do PSDB foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Nessas contas, o PT recebeu R$ 36,7 milhões e os tucanos arrecadaram R$ 33,9 milhões. Os recursos repassados diretamente às contas de Haddad e de Serra só serão divulgados no fim de novembro, pois os candidatos que disputam o 2.º turno têm prazo de um mês para prestar contas após a votação.
Entre as maiores doadoras dos comitês do PT estão a UTC Engenharia, a Construtora OAS e a WTorre Empreendimentos Imobiliários. A UTC, que deu R$ 1 milhão aos petistas, também foi a empreiteira que mais fez repasses diretos a candidatos a vereador de São Paulo, com R$ 750 mil.
Os comitês que ajudaram a financiar as campanhas de Haddad e dos candidatos do PT também receberam doações de R$ 1 milhão do Banco Safra e outras firmas ligadas ao grupo (J. Safra Participações, Safra Leasing, e Safra Vida e Previdência).
Os petistas também obtiveram R$ 380 mil de duas empresas privadas da área da saúde: Preslaf Serviços Hospitalares e Hospital de Clínicas de Niterói. As duas doações, de R$ 190 mil cada, foram feitas no 1.º turno, quando Haddad ainda não havia sido acusado por Serra de querer encerrar contratos entre a Prefeitura e grupos privados do setor.
A editora Cered (Centro de Recursos Educacionais) repassou R$ 200 mil às campanhas do PT paulista. Haddad foi ministro da Educação até janeiro, quando deixou a pasta para disputar a eleição para prefeito.
Os comitês do PSDB, que financiaram parcialmente as campanhas da sigla em São Paulo, receberam doações de 16 construtoras e empresas do setor imobiliário. Os maiores repasses foram da OAS (R$ 500 mil), da JHSF (R$ 500 mil) e da Gafisa (R$ 400 mil).
O partido, que teve como candidato a prefeito José Serra, ex-ministro da Saúde, também arrecadou R$ 1 milhão de empresas ligadas ao grupo Amil, gigante do setor de planos de saúde.
Fonte: Estadão
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