Ex-jogador do Bahia sequer havia sido testado na lateral direita em toda a sua carreira
Há pouco menos de cinco meses, Paulo Miranda era execrado no São Paulo. Recém-contratado junto ao Bahia, onde tinha sido destaque no Brasileiro de 2011, o zagueiro patinou em seu início do Tricolor. Após sucessivas falhas, foi sumariamente afastado do time titular a pedido da diretoria são-paulina. O episódio abreviou a segunda passagem de Emerson Leão pelo Morumbi, encerrada em agosto julho último.
Com a chegada de Ney Franco ao comando técnico do São Paulo, Paulo Miranda reascendeu. Em pouco tempo, ganhou a confiança do técnico. Ganhou tanto que, na emergência de um lateral direito – Douglas havia ficado de fora por lesão -, acabou se aventurando na posição, algo que, segundo o próprio jogador, jamais havia acontecido.
No flanco do campo, Paulo Miranda emendou uma sequência de boas partidas, tendo o seu ápice no último domingo, quando fez atuação segura ante o Palmeiras. De quebra, se lançou ao ataque e deu passe açucarado para Luis Fabiano marcar 3 x 0 para o Tricolor.
Em entrevista à PLACAR, Paulo Miranda fala sobre o seu novo posicionamento no São Paulo, o passe magistral para Luis Fabiano no clássico contra o Palmeiras, que rendeu até elogios dos seus companheiros, e os planos do Tricolor no Brasileiro e na Sul-Americana.
Você tem se saído bem como lateral direito. Pretende abandonar o miolo da zaga e adotar a nova posição definitivamente?
Todos sabem que eu sou zagueiro. Mas como o Ney Franco precisou (de um lateral direito), acabei indo. Acho que estou bem, e isso é muito importante na minha carreira. Jamais havia jogado como lateral direito. Nem em treinamento. Fico feliz com esse novo momento.
Então, para quem nunca havia atuado mais à frente, deve ter ficado surpreso com o belo passe que deu para Luis Fabiano no terceiro gol do São Paulo sobre o Palmeiras?
Foi engraçado. No vestiário, todo mundo começou a me zoar, dizendo que dei um passe ‘à la’ Ronaldinho Gaúcho (risos). Isso me dá mais confiança.
Logo depois do clássico, o Rogério Ceni disse que você era um ‘Lugano mais técnico’. Acha que é para tanto?
É bastante gratificante receber um elogio desse. Eu procuro dar o máximo de mim dentro de campo, em cada partida. Isso só mostra que eu tenho capacidade para jogar num time como o São Paulo. Espero um dia alcançar o que o Lugano conseguiu no futebol.
O São Paulo está na quinta colocação do Brasileiro, quatro pontos abaixo do Vasco, primeiro time no G-4 e rival nesta quarta. É o jogo do ano para o Tricolor?
Temos que vencer o Vasco, só isso. É um adversário direto por uma vaga no G-4, que é o nosso objetivo no Brasileiro. Temos também que começar a somar pontos fora de casa para subir na tabela.
Acha que o empenho na Sul-Americana, torneio que o São Paulo tem boas chances de passar à quartas de final (basta vencer a Liga Loja, em casa), pode conflitar com essa reta final de Brasileiro?
Dá para conciliar. Temos que entrar firme nas duas (competições). Estamos bastante focados. Sabemos da importância de ganhar uma vaga na Libertadores através da Sul-Americana.
Por fim, ficou alguma mágoa com a diretoria do São Paulo após o pedido do seu afastamento?
Não ficou nenhuma mágoa. É algo que já passou. Procurei mostrar meu valor nos treinamentos e jogos. Eu sabia que poderia jogar num grande clube. Nunca duvidei da minha capacidade.
Fonte: Placar
Deixe um comentário