O meia Alex concedeu nesta segunda-feira entrevista na Turquia, em que analisou os oito anos pelos quais atuou no Fenerbahce. Após rescindir seu contrato diante dos problemas que teve com o técnico Aykut Kocaman, o armador de 35 anos mostrou-se sereno durante pouco mais de duas horas, mas confessou a emoção que sentiu durante o imbróglio que viveu.
“Não chorei tanto em toda minha infância como nesta última semana”, afirmou o jogador, que falou pouco sobre o seu futuro, mas disse ainda não pensar em abandonar os gramados. “Todos me pressionam para que eu deixe o futebol, mas ainda quero assinar com um outro clube por mais dois anos. Depois disso me aposento”, disse o sonho de Coritiba, Cruzeiro e Palmeiras, equipes pelas quais atuou no futebol brasileiro.
Ídolo na Turquia, onde recebeu até uma estátua, Alex não esqueceu o relacionamento ruim que teve com Aykut Kocaman, atual treinador do Fenerbahce. De acordo com o ex-camisa 10 do time, ele aceitava as posições de seu então comandante por estar abaixo na hierarquia, mas “dificilmente entrava em acordo com o que ele falava”.
“Sempre cobrava quando a gente tinha problemas que o time precisa evoluir, usar o treino como melhor. Você não pode contratar e três anos depois o jogador estar no mesmo nível ou abaixo. Ele várias vezes disse que concordava comigo, mas que na Turquia não funcionava assim e comecei a me perguntar se ninguém queria evoluir”, lembrou.
Com 136 gols marcados no Campeonato Turco pelo Fenerbahce, Alex ficou a quatro de igualar a marca do maior artilheiro do clube na competição: exatamente Kocaman, ex-jogador do clube. A possibilidade de ultrapassá-lo na lista chegou a ser levantada como um possível problema na relação entre os dois, mas o brasileiro também assumiu sua parcela de culpa no fim de relacionamento complicado.
“Cometi alguns erros, eu admito. O maior deles foi ferir o time algumas vezes. Usei mal o Twitter. Mandei algumas mensagens e SMS para pessoas, que seria melhor não ter enviado. O que eu disse não era errado, mas teria sido melhor ficar quieto”, alegou.
Quando Kocaman acertou seu vínculo por três anos com o time, Alex recebeu a promessa de que alterações seriam feitas no futebol e no clube. “Mas pouca coisa mudou na realidade”, lamentou o jogador. Diante das divergências entre si, o treinador decidiu pelo afastamento de seu capitão, em decisão apoiada pelo corpo diretivo do clube.
Aziz Yildirim, presidente do Fenerbahce, foi então chamado pelo brasileiro para uma reunião. Nela, o mandatário tomou a decisão pela saída do brasileiro, já que para ele nada está acima dos interesses do clube. Ao explicar a decisão por liberar o ídolo da torcida, o dirigente chegou a falar que Alex passou boa parte da reunião no celular, sem olhar para ele, fato desmentido pelo atleta.
“Não estava tuitando na reunião. Falei com minha esposa no telefone, passando a informação, porque fui trabalhar como capitão de manhã e a tarde estava afastado. Ela ficou chocada e eu estava preocupado de que esta situação já tivesse chegado em minhas duas filhas. Quando o presidente nos convidou para entrar, mando a última mensagem para ela, falando que a reunião ia começar”, explicou.
Na conversa, Yildirim afirmou que Alex era quem decidiria sobre ficar ou ir embora. Ao saber que o presidente aceitara a posição de Kocaman, o brasileiro pediu o desligamento. Apesar dos problemas que teve na saída do clube, o jogador ressaltou o carinho que tem pelo time turco, e revelou seu interesse em fazer um jogo de despedida no estádio do Fenerbahce.
No dia 20 de outubro, Alex concederá nova entrevista, desta vez para jornalistas brasileiros, quando deverá falar sobre os planos de sua carreira. Na última semana, o Palmeiras, por meio de seu gerente de futebol, César Sampaio, oficializou o interesse pelo camisa 10, enquanto o Cruzeiro ouviu uma promessa do atleta de que ele ouvirá a proposta celeste antes de decidir por qual clube atuará.
Fonte: Gazeta Esportiva
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