Em seis anos, pelo menos 1.223 policiais civis e militares de São Paulo foram punidos por terem cometido alguma infração administrativa ou crime, entre eles corrupção e tráfico de drogas.
O número representa 5% de todas as denúncias feitas à Ouvidoria da Polícia do Estado entre 2005 e 2011.
A quantidade de punições pode ser maior porque os dados abrangem só relatos feitos à Ouvidoria, órgão do governo estadual que tem como função registrar queixas contra policiais civis e militares.
Não incluem as denúncias feitas às corregedorias das polícias e à Promotoria.
Ontem, a Folha revelou que documentos da facção criminosa PCC mostram uma série de pagamentos feitos a policiais civis, assim como parcerias com policiais militares para a prática de roubo.
Os valores pagos seriam uma forma de contar com o acobertamento de crimes, principalmente tráfico de drogas, ou para livrar da prisão criminosos que haviam sido detidos em flagrante.
Os arquivos da organização criminosa são uma espécie de livro-caixa que está em poder do Ministério Público do Estado. São cerca de 400 documentos entre planilhas e informes dos membros para os “chefes” da facção.
Eles revelam ainda que o PCC tem 1.343 homens espalhados por 123 das 645 cidades do Estado de São Paulo.
‘pior espécie’
O major da reserva da PM e deputado estadual Olímpio Gomes (PDT), membro da Comissão de Segurança da
Assembleia, disse considerar “estarrecedoras” as informações publicadas pela Folha –tanto o mapa de atuação do PCC quanto o fato de policiais receberem propina da facção.
“O governo deve tomar medidas severas para identificar esses policiais. Essa é a pior espécie de canalha. Que fica dando cobertura para bandidos que estão nas ruas executando outros policiais.”
O parlamentar diz que vai pedir para a Comissão de segurança convidar o secretário de Estado da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, para explicar o real poder da facção criminosa.
Ele quer saber também quais investigações foram feitas pelo governo para desmantelar o crime organizado e prender policiais corruptos.
A Secretaria da Segurança Pública não se manifestou.
Fonte: Folha
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